Bons companheiros, carinhosos, leais, alegres, dóceis…
O que posso te dizer que você ainda não saiba?
Fácil! Onde comprar, entre tantas opções.
Essa é sua verdadeira dúvida.
Bem, claro que vou dizer: com a Marcia!
Mas, por quê?
Tem um tempinho?
O quê? Está com pressa? Rapaz, estamos falando de seu melhor amigo, merece perder seus dez minutinhos de leitura, ou não?
Ah, mas é tudo igual! Quero um bonito e barato.
Nada a ver com você? Ja sei, você é do outro tipo.
Quero o melhor! Quem é o criador famoso? O mais caro? Esse que eu quero!
Pensou errado das duas vezes.
Em primeiro lugar, o Cavalier barato vai sair caríssimo.
Conversa, Marcia! Isso é papo de vendedor!
Não é não, espertinho.
O barato sai caro sim! Vou te explicar a razão.
O circuito de criadores sérios de Cavalier é mundialmente muito fechado. Criador que trabalha com seleção criteriosa de plantel é raro, a maioria é curioso.
Teoricamente sem problema, tudo bem se o filhote barato não for o mais lindo do mundo, para você o que importa é preço.
Até faria sentido se não estivéssemos falando de uma raça com tendência a apresentar um rol extenso de doenças genéticas.
Sei bem que você já leu sobre tudo isso. Cadê a prometida originalidade, Marcia?
Calma que chego lá. O criador barato, com muita frequência, inicia a criação adquirindo apenas um casal de Cavaliers. Vamos supor que ele tenha consciência e que cada animal provenha de um canil diferente (sem parentesco). Até aqui tudo certo. Sem nenhuma irregularidade. O problema surge quando, já na primeira ninhada, fêmeas começam a ser separadas para futuras matrizes.
Mas isso tem problema, Marcia?
Vamos lá: de Adão e Eva nasceram Abel e Caim. E os filhos de Abel e Caim? Nasceram de quem? Meu caro, tire suas conclusões.
Pois é, as fêmeas que nascerem e forem sendo separadas para matrizes serão cruzadas com quem?
Com o pai.
Isso mesmo, não é proibido cruzar irmãos ou descendente com ascendente.
Resultado? Seu filhotinho barato terá alta propensão a desenvolver doenças genéticas.
Obrigado pela dica, Marcia! Melhor mesmo comprar do mais caro. Aquele criador cheio de medalhas, que cobra o dobro do preço.
Também não.
Não entendeu nada?
Normal, criação de Cavalier não é sua praia, não tem como saber. Mas é a praia da Marcia e ela vai te explicar.
No mundinho dos criadores de Cavalier existe um submundinho, ultrasseleto, dos “Super Stars Criadores de Cavalier”.
Opa! Já gostou, né? Sabor de fofoca.
Nada especial, toda profissão tem isso.
Verdade, mas o melhor profissional não ser a melhor escolha? Aí é raro.
Vou te revelar a razão.
O que torna o criador um Super Star do mundinho Cavalier?
Ganhar concursos.
Como conseguem isso?
Adquirindo exemplares dos melhores criadores do mundo (não são os russos, esses são os barateiros). Os melhores criadores estão na Alemanha (sempre), Espanha, Italia e França. Alguma coisa nos EUA. A Inglaterra investe em Cavalier de focinho mais longo, pouco apreciado por nós.
Visualize por quanto um criador desses vende o filhote para nosso criador brasileiro. Mas não é só. Impensável um criador de primeiro time, desses países, vender filhote para o criador brasileiro se não confiar muito no trabalho dele.
Resultado? Inevitáveis meses de negociações e estar disposto a pagar uma fortuna para conseguir comprar o almejado filhote do criador internacional.
Cansativo? Claro, mas valeu a pena.
Ah, se valeu!
O filhotinho, que custou uma fortuna, cresce e vira o deus das passarelas.
Ano após ano, nosso amiguinho enche o criador de troféus.
O criador brasileiro passa a fazer o quê?
Bem, além de se achar a ultimíssima bolacha do pacote, como se fosse ele quem pariu o cachorro premiado e não a cadela alemã, começa a cobrar uma fortuna por qualquer filhote dele.
Justo? Até seria, afinal, são filhotes filhos de um campeão das passarelas.
Valeriam cada centavo se, na loteria genética, houvesse como garantir que aquele filhote, absurdamente caro, vai puxar ao pai. Agora, quem garante?
Ninguém. Aí é que está. Pagar caro, sem nenhuma certeza de estar levando o que há de melhor, não vale a pena.
Ao virar criadora de Cavalier, em 2019, adquiri meu plantel de vários criadores de todo Brasil. Inicialmente eram 10 fêmeas e 2 machos.
Resultado ao chegarem na fase adulta? Três animais, vindos dos canis mais renomados do Brasil (esses cheios de medalhas), precisaram ser castrados e vendidos para companhia, por estarem fora do padrão da raça.
Moral da história? Não existe certeza. É um ser vivo resultado de uma combinação genética aleatória, sempre há algum risco.
No barato, risco enorme de doenças, no caro, risco de pagar uma fortuna por um animal fora das características da raça.
Meu conselho? Busque um criador sério, com referências de clientes satisfeitos e cruze os dedos.
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